O poema “Cota zero” de Carlos Drummond de Andrade, escrito no início do século XX, carrega traços de uma sociedade já acostumada com o progresso industrial e com o avanço tecnológico.
O verso “Stop” nos faz recordar uma placa de trânsito que, quando não respeitada, pode muitas vezes resultar no fim prematuro de diversas vidas. A associação entre a vida e o automóvel, aliada à dúvida do que realmente “parou”, quer mostrar a relação entre a existência humana e o progresso industrial. O título, “Cota Zero”, mostra que na sociedade da época em que o poema foi escrito a cota da existência humana já vinha perdendo sua importância para as máquinas (graças à Revolução Industrial).
A partir desse questionamento, o autor deixa o leitor com uma dúvida inquietante: será que o avanço tecnológico é realmente bom, ou é algo que prejudica o desenvolvimento do homem?
Flora Simon Gurgel